domingo, 29 de abril de 2007

Capítulo 3 - continuação VII

O brilho da garganta de Matthieu é, certamente, intrigante (OK, é, principalmente, estúpido, mas também um pouco intrigante). Este é a consequência de ter ficado com o pendente de Aine/Anfira entalado na garganta. Parece que o pendente é assim para o mágico e brilha cada vez que ela beija o seu verdadeiro amado (que, acredite-se ou não, é mesmo o poser do Zaen). Assim, nas 10 horas que Anfira e Zaen passaram no autocarro, Matthieu parecia, basicamente, uma árvore de Natal, o que fez com que Madalena se derretesse ainda mais do que já estava.

Juntando à grande qualidade da luminotecnia, há que relembrar a magnífica sonoplastia da situação (respiração à Darth Vader), pelo que Madalena não teve hipótese e ficou completamente KO – de tal maneira que nem foi preciso contabilizar a sua ninfomania.

Ainda no autocarro, nada além duns beijos se passou entre Anfira e Zaen, pois ela era demasiado casta para ir além disso antes do casamento. Vendo pelo lado positivo, o pendente não se iluminou tantas vezes como seria de esperar, deixando Matthieu respirar um pouco na sua “situação” com Madalena.

E as 10 horas também não foram exactamente passadas aos beijos. Ao início sim, mas depois Anfira vislumbrou uma cena muito estranha num canto obscuro do autocarro: um altar com velas rosa fluorescente, sobre um pano verde e amarelo, semelhante à bandeira do Brasil, mas, em vez do Cruzeiro do Sul e da expressão “ordem e progresso”, tinham o logotipo do Burger King. Do lado oposto ao altar, viu ainda um fato de homem das cavernas (moca incluída).

Obviamente, Anfira exigiu explicações. Parecia-lhe estar a meter-se nalguma coisa demasiado obscura para o seu gosto. O altar podia ser em cores berrantes, mas de que havia um propósito obscuro por detrás de tudo aquilo tinha ela a certeza.

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