quarta-feira, 29 de abril de 2009

Alguém notou...

...que já temos dois anos?
Obrigada, Física Estatística, pela sec... inspiração!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Capítulo 12.7

Num outro espaço e num outro tempo (já vi que às vezes os troco, mas vamos admitir que comutam e, já agora, que são diagonalizáveis), Anfira e Håvard preparavam-se para a batalha. Se é que uma miúda e um dragão contra um autêntico exército de forcados se pode chamar batalha. E não uns forcados quaisquer, mas os Forcados do Apocalipse.
Estavam escondidos num canto que os protegia de olhares exteriores e tentavam não entrar em pânico (e, se possível, arranjar um plano, mas não entrar em pânico já não era mau de todo). Anfira, como de costume, rezava freneticamente enquanto Håvard a olhava incrédulo e, para impedir o cérebro de congelar com o frio, tentava calcular mentalmente a diferença de fase entre terços. Quando se cansou, tentou chamar Anfira de volta à realidade:
- Hei, Anfira. Está a anoitecer. Temos de fazer alguma coisa, senão congelamos e morremos mesmo sem lutar…
- Hum? Espera. OK, perdi-me no terço… Diz lá.
- Está a anoitecer e… - começou Håvard.
- Ahahah! – Anfira começou a rir quase histericamente.
- Qual é a piad… Uau!
A noite caía mesmo e, com ela, ligava-se um sistema de iluminação altamente complexo que cada um deles achou melhor atribuir ao(s) seu(s) deus(es) que tentar entender. E com a iluminação surgiu um letreiro enorme em néon que dizia MASMORRAS, seguido de uma igualmente enorme seta para uma pequena (há que variar) porta em que não tinham reparado.
- Bem visto! – exclamou Håvard, impressionado com o que devia ser a primeira demonstração de inteligência por parte de Anfira.
Ao contrário do que esperavam, a porta não estava trancada. Sem pensarem se não seria sorte a mais, entraram. No interior seguiram uma escadaria descendente, sempre atentos às placas de sinalização que indicavam o caminho para diversas áreas da fortaleza. Depois de Apoio ao cliente, Comissão de Festas e Casa de banho – senhoras, voltou a surgir a indicação de MASMORRAS, sempre em maiúsculas. Talvez seja para parecer mais assustador, pensou Håvard, cujas grandes patas se atrapalhavam bastante nos degraus estreitos, de tal forma que quase tropeçou ao desviar o pensamento para a placa.
- Não devia haver gente a guardar isto?
- Sim. Mas pensa, Anfira – Como se fosse possível, pensou para si –, o Inverno está convencido de que é muito forte e tem todos os seus Forcados à nossa espera. Não pensa que lhe consigamos escapar e andar aqui por dentro. Provavelmente, desviou toda a guarda para o combate, só para os entreter com algo diferente do normal.
- Sim, faz sentido.
E continuaram a descer. Finalmente, uma porta com o letreiro MASMORRAS por cima, de novo em maiúsculas e desta vez em vermelho, num tipo de letra que simulava gotas de sangue a pingar da palavra.
- Não se pode dizer que o tipo não tem sentido estético… - observou Anfira.
Aquela porta também não estava trancada. Entraram numa divisão escura e húmida, como era de esperar num piso inferior de um castelo no meio do nada em pleno inverno (a estação). Inicialmente não viram nada, mas depois um contorno formou-se com a pouca luz disponível: um corpo feminino.
- Olá – começou Anfira, no seu tom ultra-fofo. – És a Primavera? Viemos libertar-te em nome de Deus.
- …es – completou Håvard baixinho.
A mulher levantou-se e aproximou-se deles. Encontrava-se dentro duma cela que ocupava a maior parte da divisão. Quando se aproximou, viram que o seu cabelo era formado por folhas e pequenas flores de cores variadas e que usava um vestido azul-celeste. Tinha, sem dúvida, um ar bastante primaveril. Sorriu-lhes e disse:
- Olá. Estes mortais chamam-me Primavera, sim. Mas não sou prima de ninguém – aproximou-se e Anfira pensou que aquela cara não lhe era nada estranha. – O meu nome é Mialin.
- Mialin? - Håvard fez uma expressão estranha, como se tivesse vontade de rir. – Isso não é um medicamento?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Capítulo 12.6 - Niel contra-ataca....ou não

Pássaros chilreavam enquanto uma alegre criatura saltitava suavemente de nenúfar em nenúfar. Era um elefante, no seu gracioso maillot de bailarina.
À beira do lago, um morcego pendurado numa árvore pintava uma tela roxa com rabiscos negros e azuis-escuros cor de crepúsculo, enquanto a nossa Niel bordava flores em vermelho, para não destoar do ambiente gótico onde estava inserida (elefante à parte…). No horizonte, o pentagrama emitia a sua última radiação infrapreta do dia, enquanto dava lugar a uma lua lilás e prateada, que o substituía na iluminação das restantes 25 horas daquele lugar.
- Morfeu, achas que tomei uma atitude errada ao fazer a poção de amor?
- Eu ainda estou aparvalhado pelo modo como conseguiste fazer uma poção de amor de raiz e que, ainda por cima, funcionou! É dose para quem não tem cérebro quase nenhum.
Niel encolheu os ombros. Rani já lhe tinha ensinado tanta coisa que, finalmente, o cérebro de Niel começara a desenvolver-se lentamente. Ela também achara estranho gostar de Zaen. Lembrava-lhe um complexo qualquer de que Rani lhe tinha falado, qualquer coisa a ver com filhas a gostar dos pais, mas ela não entendia muito bem. A verdade é que começara a ouvir vozes (OK, uma voz, masculina, linda) e se tinha apaixonado loucamente por ela (a voz) e pelo que lhe dizia. Morfeu ainda não dera por nada e ela também não conseguia explicar o que se passava com ela.

Capítulo 12.5

Sentaram-no numa sala fechada e chamaram Anfira. Ceridwen e Filia estavam radiantes, porque já não aguentavam a depressão cristã de Anfira. Desde que Zaen desaparecera, ela ficara ainda mais religiosa e, ano após ano, batera os seus próprios recordes de maior número de terços rezados simultaneamente. Já tinha mesmo um recorde por bater recordes.
Zaen estava tão nervoso que quase saltitava. Tinham-no levado para o palácio, porque ainda se lembravam da inundação que houvera da última vez que Anfira começara a chorar a sério e não queriam danos nos seus trabalhos de investigação. A porta abriu-se e Anfira entrou. Enquanto no passado o seu aspecto denotava semelhanças intrigantes com a leve e sempre alegre Niel, agora Anfira parecia mais dark que todos os habitantes da parte gótica do R7P3I juntos.
- Que foi? – perguntou num tom quase inaudível. – Interromperam as minhas orações, espero que haja um bom mot…
Anfira caiu para trás.

Capítulo 12.4

Ia a puxar da caneta amarela novamente para voltar para casa quando a Dra. Ceridwen o interrompeu e lhe retirou a caneta da mão.
- Eu sabia! Quando te disse para abandonares o projecto porque era perigoso e te cortei os fundos de pesquisa, tu não fizeste caso. Agora já entendi o porquê de toda esta embrulhada com o Zaen! Dá cá isso – e tirou a caneta amarela da mão do Dr. Palmer.

Capítulo 12.3

- Filia, Ceridwen, ainda se lembram de mim? – perguntou o Dr. Palmer, já um pouco desesperado.
- 4 dias atrás? Não pode ser – afirmou Ceridwen, continuando a ignorá-lo.
- Sim, é impossível – confirmou Filia.
- Espera… Só se… - Ceridwen ponderava a única hipótese possível.
- Só se alguém te transportou através do espaço-tempo até aqui. Só pode ser isso. Quem terá sido o idiota? Aposto que a Anfira, quando souber disto, até vai perder a bondade cristã para se vingar… - concluiu Filia, com um sorriso algo maléfico a bailar-lhe nos lábios, que fez com que o Dr. Palmer perdesse a vontade de ser reconhecido pelas suas ex-colegas e encaminhar-se discretamente para a porta.

Capítulo 12.1 - Audiências àparte...

O Dr. Qualquercoisa Palmer, passadas 10 trocas de chamadas, 3 formulário impressos, um papel (qual papel?) e um selo no modelo 5 Alfa, lá conseguiu uma entrevista com a Dra. Filia do futuro (audiência conjunta com a Dra. Ceridwen também, porque partilhavam um gabinete).
Chegados então ao gabinete, Zaen e o Dr. Qualquercoisa Palmer entraram e esperaram pelas duas investigadoras do futuro.
Quando a Dra. Filia entrou na sala e bateu com os olhos no Zaen, ia-lhe dando um ataque cardíaco.
- ZAEN?!? Onde é que andaste estes anos todos?
- Anos? Mas eu só saí da casa do emo há 4 dias atrás! E quero desesperadamente voltar, não sei da Anfira e estou a morrer de saudades dela.
Nisto, entrou Ceridwen, que, basicamente, repetiu a pergunta de Filia.
O Dr. Qualquercoisa Palmer estava a ser totalmente ignorado e não estava a gostar do assunto…