sexta-feira, 27 de abril de 2007

Capítulo 2.5, que trata de Niel e da sua tara por sangue de barata

Antes de vermos Aine renascer qual fénix sem penas das cinzas, tal como o belo do guarda de olhos azuis, que por acaso se chamava Zos, e de seguirmos a sua bela vida naquele planeta que orbita aquele pentagrama distante e estranho de quatro pontas que mais parece uma cruz, vamos ver o que se passa entretanto com a filha de ambos, Niel de seu nome...

Num sistema solar far far away...

[entre a musiquinha de abertura dos filmes Starwars]

Num planeta verde e azul, com água e plantas e terra e passarinhos (acho que estes não têm gripe das aves, mas por vias das dúvidas o melhor é tomar Tamiflu), eis que surge uma rapariga saltitona no campo de visão, com um vestido esvoaçante de cores garridas e os cabelos soltos ao vento, que ondulavam ao sabor deste. E eis o mar ao longe, e a erva daquele extenso relvado que se perdia no horizonte, juntamente com o onírico azul. E a rapariga saltita, e rodopia e salta e dança, de braços abertos e cabeça erguida para o céu. Oh, mas que imagem tão bela! E eis que a rapariga sai do campo de visão, assim tão de repente como se fosse o Songoku. De seguida ouve-se um baque e um ui guinchado e estridente que fez os sonoros passarinhos levantarem voo das árvores que se encontravam a cerca de um quilómetro do local. Niel, distraída com os seus pensamentos, não se tinha apercebido do enorme buraco no meio da erva, apesar das fitas a vedarem o local e dos imensos sinais sonoros e luminosos. É o que dá andar a saltitar num estaleiro de obras. Há sempre um buraco à espreita! Adiante. Depois de se ter levantando e recuperado do embate com o chão, alguns metros abaixo do belo relvado, começa a sua actividade favorita: procurar baratas. Vá-se lá entender esta rapariga, mas adora perseguir baratas e beber o seu doce (diz ela) sangue. Enfim, manias. A sua tia diz que a culpa é do vampiro que mordera a sua mãe quando estava grávida dela. Ainda tiveram esperança que por alguma arte mágica desconhecida ela nascesse vampira (tipo osmose, ou algo do género), mas tal não aconteceu. No entanto, desde criança que Niel revelara alguns gostos deveras estranhos. O seu morcego de estimação, o Morfeu, é que não pára de lhe dizer para não beber sangue de barata, porque as baratas andam no chão e o chão está sujo e ela pode apanhar alguma doença e depois é um problema, porque o serviço nacional de saúde anda mal naquele planeta e o médico fixe está noutro planeta a curar esquilos e mães chocadas (próximos episódios, ups, capítulos) e não tem tempo para ir descobrir de que doença exótica e alienígena padece a filha da Rainha do Reino dos Sete Pentagramas, Três dos quais Invertidos.

Regressada a casa, nas catacumbas de um centro comercial, que é para estar bem escondida dos tipos e das tipas maus da fita desta história, que vão aparecer não tarda nada, vai tomar um banho e esfregar pomada nas partes doridas da valente queda que deu no estaleiro de obras onde vão construir o novo hotel junto à praia. Aquela ida ao relvado tinha um objectivo. A sua tia havia-lhe dito que chegara o momento de conhecer toda a verdade sobre a sua identidade e sobre o que acontecera aos seus pais. Para isso disse-lhe para seguir um mapa velho e amarelado, que indicava o caminho para um local marcado com um X. O problema é que, por ter vivido tanto tempo na escuridão das catacumbas, sempre que saía para a luz a rapariga entrava em parafuso e só queria era dançar e correr e coisas do género. Fotoparanóia, dizia Morfeu, que era o morcego mais sabedor daquele planeta (tinha óculos e tudo, uns pequenos, feitos à sua medida. Mais um oculista internado num hospital psiquiátrico. E já lá vão quatro, porque o Morfeu volta e meia tem de mudar de lentes). Mas Niel não tinha seguido o mapa, de facto nem o tinha levado. Esquecera-se dele em cima da mesa ao pé da porta de entrada, bem à frente dos seus olhos. Enfim. A verdade vai ter de esperar mais um dia... ou dois... ou três.... bem, tendo em conta que a memória da rapariga é fraca suponhamos que num dado dia n ela se lembra de levar o mapa quando sair de casa, que é como quem diz das catacumbas do centro comercial, para ir apanhar baratas. Mas é um acontecimento estatístico, com um desvio padrão grande, por isso não esperem nem em pé nem sentados. O melhor mesmo é deitados. Bom, não esperem. Quando isso acontecer talvez o universo já não exista. Bom, tenhamos fé que será em breve.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sangue de barata... sangue de barata é bom... não que eu tenha provado... mas já ouvi entendidos na matéria dizer que é um poderoso afrodisíaco... mt melhor que viagra ou pau de cabinda ou outra coisa qualquer... por isso ela lá sabia pq gostava de sangue de barata! LOL

PS: Não tenham em grande conta estas linhas... estão a ser escritas sobre o efeito da senilidade de complementos... :P