segunda-feira, 30 de abril de 2007

Capítulo 5 - Sede de sangue

Madalena achou boa ideia explicar-se aos pais, não fosse ficar sem mesada. Controlando-se ao máximo para não saltar para cima de Matthieu pela enésima vez (tivemos de saltar a maior parte, porque, por mais que o sexo venda, temos mais coisas para contar e a tinta ainda é cara), pois a sua garganta começou a brilhar duas ou três vezes – digamos que Anfira e Zaen aproveitaram o tempo no hospital para “pôr a conversa em dia” –, levou-o até ao hospital onde a mãe se encontrava. Após muita conversa e as indispensáveis lágrimas de reconciliação, tudo ficou bem. Os pais até lhe prometeram remodelar o quarto, de forma a incluir paredes à prova de som (soaram campainhas na cabeça de Anfira quando mencionaram isto e ela teve uma leve recordação de gritar bastante com Zaen num quarto com paredes à prova de som e não era por estar chateada com ele…) e portas e janelas blindadas, para evitar mais “incidentes” do género. Tendo em conta que a rapariga é ninfomaníaca, as mudanças acabavam por ficar mais baratas que ir parar ao hospital a toda a hora. E, claro, não é muito agradável estar sempre a vomitar…

Assim, após muitas sessões com o psiquiatra e umas boas doses de comprimidos, os pais de Madalena lá ultrapassaram o trauma. Entretanto, e como gostavam muito de conversar, Anfira esclareceu Zaen em relação a tudo o que se passara.

Quando foram finalmente postos na rua (já ninguém os conseguia aturar no hospital), os dois casalinhos maravilha aproveitaram o belo dia para dar um passeio pela cidade. Por alguma razão desconhecida, Anfira não pensou mais em Filia e nos seus planos para converter a humanidade (ou, pelo menos, os lisboetas), mas há quem diga que andava com uma crise de fé devida às revelações da caneta amarela e ao comportamento pouco cristão do seu observador.

A necessidade de sangue de Matthieu não era, para infelicidade do mundo, satisfeita com sexo, ainda que este fosse em quantidade e de qualidade elevadas. Como tal, não conseguiu resistir. Vendo um procissão numa das zonas da cidade por onde passaram, não conseguiu controlar-se e, desculpando-se como uma ida à casa de banho, que todos acharam real (o gajo é vampiro, por favor!), escondeu-se num local estratégico, de onde podia facilmente ir puxando umas velhinhas para beber. É claro que não era o seu prato predilecto, mas, como tentava ser um cristão aceitável, o vampiro convertido tentava fazer o mínimo estrago possível.

Infelizmente, o seu plano não correu tão bem como esperava. A procissão estava a ser estudada por alunos de Física, como ilustração de um fluxo. A quantidade de velhinhas que entrava naquela rua tinha de ser, dizia o professor, igual à quantidade que saía. Mas, por culpa de Matthieu, não era. Nem fazendo c=1 lá iam. O caos na comunidade científica foi tal que o túmulo de Newton (ou talvez o de Hooke) só não congelou porque o cérebro de Anfira estava bloqueado de emoção a apreciar o desfile católico, o que controlou o que parecia ser mais um disparo na entropia do universo.

Seja como for, ao menos Matthieu saciou a sede.

Capítulo 4.QualquerCoisa

O Dr. Orchouse, que estava de costas, vira-se para Anfira. Ouve-se, vinda não se sabe bem de onde, a Cavalgada das Valquírias, em áudio 5.1, e, afinal não é o Dr. Orchouse, mas uma mulher alta, de aspecto nórdico e porte de super heroína (mas com muito mais estilo que a Super-Cristã Anfira).
- Filia Santíssima, tu aqui?! – sobressalta-se Anfira. – Só me faltava mais esta! Não bastava ter passado de cega a maluca, não! Não chegava ter uma orca como médico. Tinha de vir a minha arqui-inimiga destruir-me num momento de fraqueza...
- Ai, Deuses… – suspira Filia, com falta de paciência para Anfira, conhecida pelos seus neurónios-caranguejo. – Esta cristãzeca é mesmo idiota!
As duas olham-se. Anfira não compreende a situação e Filia tenta não desesperar com a lentidão de raciocínio da sua nemesis religiosa. Do outro lado do quarto, Zaen tem um olhar de quem não pesca nada semelhante ao de Anfira, mas pior, já que nunca ouviu falar de Filia Santíssima nenhuma em toda a sua vidinha pentagramicamente satânica.
É Filia quem decide quebrar o momento de silêncio e explicar tudo antes que morram todos intoxicados com o fumo que já sai da cabeça de Anfira:
- Parece que a tua amiguinha Madalena se andou a fazer ao teu igualmente amiguinho e observador vampiróide e acabaram em casa dela, em cenas de filme para adultos. Ora, os pais dela apanharam-nos em posições, digamos, estranhas – qualquer coisa com telemóveis a vibrar… Nem comento mais, que a tua mentezinha fofa não se deve aguentar.
»Entre vómitos e desmaios, o caos foi tal que aconteceu algo nunca visto, pelo menos desde a última glaciação: o quarto (e tudo e todos lá dentro) congelou. Segundos especialistas que consultei, foi uma forma do Universo compensar o aumento incrivelmente rápido da entropia que ali se deu. Como talvez saibas, é suposto a entropia aumentar no Universo, mas parece que não era preciso ser tão depressa…
»Vai daí, congelou tudo, incluindo a bolota aqui do esquilo, que tentou cuscar o que se passava e ficou em choque.
Anfira soltou um “Aaahhh!” à Tonecas, fazendo Filia suspirar de novo.
Zaen continuava com ar de idiota, possivelmente por não fazer ideia de quem eram Matthieu e Madalena e, especialmente, por não saber da ninfomania desta. Mas pelo menos percebeu o porquê do ar da mulher que tinham visto antes, quando Filia explicou que era a mãe de Madalena.
- OK… mas… então, o que fazes aqui? – questionou Anfira. – Não vieste só para te dares ao trabalho de me iluminar as ideias, suponho…
- Tento manter sempre alguma esperança nesses neurónios católicos, mas já sei que é melhor ter expectativas baixas. De tanto carregarem cruzes, funcionam devagarinho… Mas – continuou Filia, ignorando o grunhido de Anfira e o risinho satânico disfarçado de Zaen – vim para te informar que vou converter esta terrinha de fim de mundo e nada – NA-DA – me vai impedir.
- Ah! Vais então aproveitar-te do meu momento de fragilidade, como eu calculava. Não se pode confiar nestes infiéis… – lamentou Anfira. – Não és uma boa cristã, Filia. Redime-te, enquanto é tempo, ou afogar-te-ei em água benta!
Filia voltou a suspirar, começando finalmente a perder a paciência. Se Anfira tivesse poderes tão maus como a sua inteligência, já a teria destruído, juntamente com as suas Nossas Senhoras, há muito tempo.
- Tenho de explicar o que significa “avisar”? Valham-me os deuses… Só vim informar-te. Vou ser decente e deixar-te recuperar. Já agora, o que é que o teu observador acha que andares metida com um satânico? Sei que ele é vampiro, mas há limites… São tipos destes que dão mau nome aos não-cristãos. Também sacrifica galinhas pretas aí o idiota?
- HAM-BUR-GERS! OK, e, de vez em quando, um pacote de batatas fritas… - defendeu-se Zaen.
- Hamburgers?! – Filia nem queria acreditar no que ouvia. – Bem, ao menos é original… Mas o paganismo não descansa, tenho muito que fazer; agora que estás por aqui na boa, Super Cristã, vou preparar-me para a minha acção de conversão maciça.
E, depois deste diálogo à BD rasca, Filia virou-lhes as costas e foi embora. Segundos depois, o Dr. Orchouse voltou informando as enfermeiras que podiam pôr a cambada toda na rua quando quisessem.

domingo, 29 de abril de 2007

Capítulo 4 - depois do 4.5 e antes do 4.7... talvez o 4.6, mas ninguém sabe ao certo

Voltando a casa de Madalena, esta ainda está na mesma posição (de quatro, em cima da sua cama) à espera de algo. Na verdade, ela está à espera que o tempo aqueça, porque (e agora vem a parte mesmo muito estranha) ela está congelada! Sim, o quarto de Madalena está congelado. Ora, vamos lá explicar a situação. Voltemos à cena em que a mãe da Madalena apanha a sua querida filhinha numa situação ligeiramente anormal e muito, muito estranha: filha, posição de quatro, telemóvel e morcego. A mãe correu para a casa de banho, o pai correu para o quarto e o morcego mandou um guincho. No momento seguinte, Matthieu voltava à carga, ou melhor, a montar a carga. O telemóvel não parou de vibrar e revibrar, apesar de estar desligado (foi-se a bateria!). A mãe, que julgara a filha já vestida, abriu a porta de rompante e quedou-se. Desta vez não havia morcego, mas um homem nu e ainda lá estava a filha, ainda nua e o telemóvel. Só que o que estavam a fazer era tão, mas tão, tão… (não há palavras), que a pobre senhora arregalou os olhos (quase saltaram das órbitas), esticou os braços e, no momento seguinte, estava estatelada no chão, tipo desenho animado. Os dois amantes viraram-se para a mãe de Madalena. Esta pegou no telemóvel, viu que estava sem bateria e atirou-o contra a parede (um telemóvel a menos neste mundo, pelo menos funcional). Os dois acabaram de fazer o que estavam a fazer e lá voltou a rapariga à posição original, para recomeçarem. Apareceu o pai dela. Novamente a mesma cena: ah e tal morcego, mas nada de telemóvel. O pai arrastou a mulher para o corredor e fechou a porta do quarto. Mas, antes de o morcego virar homem outra vez, tudo ficou subitamente congelado, incluindo uma bolota saltitona que entrou pela janela aberta. Um esquilinho de dentes aguçados espreitou pela janela e teve a mesma reacção que a mãe de Madalena.
Zaen dormia na sua cama de hospital. Anfira abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi um esquilo de olhos arregalados, braços e pernas esticadas, deitado numa maca, a passar no corredor. Anfira piscou os olhos e carregou no interruptor ao lado da cama. O Dr. Orchouse apareceu e ela virou-se para ele e perguntou-lhe:- Posso saber porque me curaram a cegueira se agora fiquei maluquinha? Oh meu Deus
!

Capitulo 4.5 - Ou as Cronicas do Dr. Orchouse e seus metodos bombasticos

A mulher foi levada para uma enfermaria que ficava no final do corredor e, por isso, com Anfira meia cega (de qualquer maneira, sempre foi meia cegueta, não é? Eh pá, gostar de um tipo como Zaen é o quê? Na minha terra, chama-se “ceguismo”, mas como aqui os pentagramas estão invertidos, escapa…), e com Zaen queimado (ah e tal queimaduras -> dor -> analgésicos -> campo de visão reduzido -> grande moca!), nem um nem outro conseguiram ver muito bem o que se estava a passar.
No entanto, a verdade é que, enquanto a mãe da Madalena via, revia, rerevia e rererevia as imagens com bolinha, algo ainda mais inesperado ocorreu. Enquanto o seu consciente esperava ver o House a surgir com a sua bengala, gritando que ela podia ir para casa e que bastava ver mais filmes com bolinha e o sistema nervoso ficava logo preparado para tudo, eis que surge, também de bengala, mas numa moto (vinda da segunda circular), uma enorme… orca.
- Peço desculpa, mas o Dr. House, mais conhecido como Doutor Casa (ou caseiro) está doente (doente… pois! Está mas é a curar a moca de ontem, aquele drogado arranja com cada desculpa…) e, portanto, ligaram-me para o vir substituir. Portanto (epá, estou sempre a dizer portanto), de que é que se queixa? Hum… não diz nada?
A orca de bengala saca de uma daga (seja lá isso o que for) e manda uma belga transposta à gaja (portanto, uma belga de chocolate), que não reage.
Por momentos, pensa em utilizar outros métodos (belgas não dá… e se tentasse Marias, Oreo?), mas, como tem mais do que fazer, declara:
- Levem mas é a gaja pá morgue, que está morta.
- Mas, Doutor Orchouse, ela ainda respira… - comenta uma enfermeira.
- Psst, cala-te! Eu é que sei. Se digo que está morta é porque está. Agora vá, despachem-se que tenho mais que fazer!
E passa imediatamente para os casos seguintes: Anfira e Zaen.
- Bem, parece que aqui a gaja é cegueta, não? Para andar com um tipo como tu… - comenta o Dr. Orchouse. – Portanto, isto com descanso vai lá. Vão mas é os dois para casa, separados, ahm? Nada de poucas vergonhas…, que isso depois de mortos e queimados não se vai notar nada.
E, dito isto e para melhor ainda mais o extremo espanto de Anfira e Zaen, os pentagramas invertidos voltam a fazer das suas e a constante de Planck pentagramicamente invertida (portanto, momento linear esquisito) permite uma vibração estranha no espaço-tempo próximos das três personagens que conviviam alegremente, e eis que surge (magia das magias, espanto dos espantos – OK, também se pode pôr uma musiquinha) uma (ou mais uma) caneta amarela. Anfira não vê – porque está (é) cegueta –, mas mesmo assim adere ao espanto (tipo, só naquela de parecer melhor a cena). E, quando nada o fazia prever, a caneta começa a falar:
- Epá, isto é assim, pá, vocês estão aqui, pá, porque eu é que vos escrevi, pá, e por isso, pá, a vossa vida não tem qualquer sentido, pá, e vocês não passam de tinta (o meu excremento, eheheh!). Por isso, pá, se pensavam que a resposta a todas as questões do universo era 42, pá, estão enganados! É 41 e é porque eu digo, pá! Agora vou indo, tenho de ir acabar com os sonhos e crenças bonitos das outras personagens, pá, e acabar com esta animação social!
Anfira chorou porque afinal Deus não era real, Zaen teve uma vontade enorme de sacrificar hamburgers e batatas fritas e o Dr. Orchouse ficou na boa porque já sabia.

Capítulo 4 - Continuação III

Enquanto homens se transformavam em morcegos (não pensem que só Matthieu se transformara naquela noite), posições sexuais complicadas eram conseguidas (também não era só Madalena) e mães apanhavam filhas em posições estranhas, com morcegos no tecto e telemóveis a vibrar (há por aí muito morcego, muita tarada sexual e é melhor nem quantificar os telemóveis a vibrar naquelas situações…), Anfira e Zaen chupavam pastilhas para a garganta, abraçados a ver o nascer do dia. É que não se podiam estar sempre a beijar, tendo em conta que é preciso respirar de vez em quando e passar tanto, mas mesmo tanto, tempo a falar só se pode acabar com uma valente dor de garganta com afonia incluída. Bom, se a capa não tivesse sido quase destruída naquela estação de metro, tinha sido logo ali, apesar de Anfira dizer que não e coisa e tal e casamento e bla bla bla. Mas, sem capa nada feito! Assim, depois de uma noite de conversa, olhavam agora para o Sol, enquanto bebiam chá de limão com mel, perdidos em pensamentos idiotas.
- Ai! Caraças pró Sol – gritou Anfira, tapando os olhos com as mãos e largando a caneca de chá a ferver, que embateu no chão e molhou o Zaen todo. Este soltou um grito angustiado e levantou-se saltando de um lado para o outro.
- MAS TU ESTÁS DOIDA? – bramou ele, despindo a roupa. – Queimaste-me. Mas o que se passa contigo?
- Cala-te, pá! Não vês que estou com cegueira temporária?
E, como tal, passaram o resto do dia numa enfermaria dum hospital qualquer daqueles privados e todos informatizados tipo House. Um com queimaduras graves, outra cega. Passaram a tarde toda de mão dada a olhar para quem passava no corredor (ele, porque ela não via nada). A uma certa altura, viram passar uma mulher em estado de choque, deitada numa cama, de olhos arregalados e braços estendidos para o ar, tipo mosca morta de costas. Eles não sabiam, mas era a mãe de Madalena.

Capitulo 4 - Continuação II

E, quando a mãe de Madalena abre a porta, depara-se com a cena mais estranha: Madalena despida numa posição esquisita (digamos que estava “de quatro”), com uma mão num sítio estranho e um morcego pendurado no tecto. Nisto, começa o telemóvel a vibrar… A mãe de Madalena fecha a porta do quarto, meio enojada, vai vomitar para a casa de banho e diz ao pai de Madalena:
- Faças o que fizeres, não entres no quarto. As nossas suspeitas confirmam-se: a Madalena é tarada sexual. E, para além disso, acho que tem um fetiche que envolve morcegos e telemóveis.
- O quê?!
- Não perguntes mais nada… – e vomitou de novo.

Capítulo 4 - continuação

E não estava.

Madalena respirou de alívio. Tinha partilhado com Matthieu a sua inquietação e ele não tinha ficado muito satisfeito, deixando Madalena a imaginar-se como mãe solteira e abandonada, o que a fazia desesperar.

Com o desvanecer de todo este pesadelo, Madalena correu a contar a Matthieu, sendo que o sentimento de alívio de ambos (o vampiro não se imaginava a aturar pirralhos) deu lugar a uma extrema felicidade, que, inevitavelmente, os levou a uma nova sessão de sexo desenfreado, agora com a devida protecção, só numa de prevenir…

Isto deu-se em casa de Madalena, pouco depois do nascer do pentagrama esquisito, quase parecido com uma estrela de quatro pontas, quase parecido com uma cruz, a que, curiosamente, chamavam Sol, onde Aine tinha resolvido reencarnar como Anfira – aqui, nesta Terra paralela, os vampiros só saem durante o “dia”.

Os pais de Madalena preparavam-se para sair de casa nessa “manhã”, quando ouviram sons estranhos vindos do quarto da filha. A mãe bateu à porta, mas, com a “actividade” a que se dedicavam no momento, Madalena e Matthieu não ouviram nada. A mãe, ouvindo estranhos gemidos, entrou…

Capítulo 4 – Vibrações

Madalena, após toda aquela excitação, caiu em si. Tinha tido sexo com um vampiro! Sexo absolutamente fantástico, embora mais para o fim da noite Matthieu fugisse um bocado dela, com a airosa desculpa:
- Pá… Isto está mau… Preciso de… aaaa... tipo… aaaa… SANGUE! É isso! Já venho. Tenho um saco de O Rh- no frigorífico.
Madalena achou estranho, mas quem era ela para argumentar? Ele não a ter atacado já não era nada mau…

No dia seguinte, quando acordou, veio-lhe a inevitável pergunta: estaria grávida? Para esclarecer as suas dúvidas, em vez de ir a uma farmácia, escreveu para o consultório sentimental de uma muito conhecida revista cujo nome começa por M, acaba em A e tem pelo meio as letras ARI.
A carta dizia o seguinte:

Querida Maria,

Tenho uma questão que me atormenta. Conheci um rapaz que descobri que era vampiro. No entanto, fizemos sexo louco e desenfreado. Ele pegou em mim [conteúdo explícito que não foi possível transcrever por motivos alheios aos autores] e agora acho que estou grávida. Será possível?


A resposta veio na edição semanal e dizia:

A dúvida que expôs é bastante pertinente, apesar de eu achar que o vampirismo possa ser só fruto da sua imaginação. Pelo sim, pelo não, compre um teste de gravidez.

Madalena tinha esperado ansiosamente por aquela resposta. E achou-a bastante elucidativa, indo de imediato à farmácia comprá-lo.

Capítulo 3 - continuação VIII (e final)

Dado que já tinha revelado a sua dedicação ao satanismo, Zaen não viu qualquer mal em explicar os rituais que realizava com a sua banda.

Então, contou que tinham começado como satânicos normais, sacrificando galinhas pretas em altares com panos pretos e velas pretas, nas noites mais negras dos negros dias que marcaram o início da sua carreira. O negrume destes dias devia-se essencialmente aos problemas financeiros bastante comuns nos primeiros passos de uma banda ainda desconhecida. Bastante pragmáticos, como qualquer verdadeiro satânico, cedo de aperceberam de que tinham de escolher entre as galinhas (bastante caras) ou a renovação de algum equipamento necessário à gravação do seu primeiro trabalho. Incapazes de desistir dos seus sonhos musicais, mas também sem coragem de abandonar as suas crenças, optaram pelo sacrifício de hamburgers, que lhes saíam bastante mais em conta e que podiam sempre ir comendo nos intervalos das gravações. Pediram patrocínio a várias marcas famosas, sendo que acabaram por fazer contrato com o Burger King, porque tinha as melhores batatas. Assim, tinham hamburgers saborosos e com um desconto igualmente apetecível e ainda ganharam um pano grátis para o altar, em troca de apenas alguma publicidade.

Escusou-se a explicar a questão do disfarce, alegando que lhe estava a dar justificações a mais, dado que ainda não sabia nada sobre ela e que lhe contaria o resto quando a levasse a sua casa.

Como se vê pelo tamanho da explicação, a conversa ocupou realmente a maior parte das tais 10 horas, com o já discutido alívio de Matthieu como consequência, já que Madalena lhe saltava para cima cada vez que via aquele brilho tipo Rudolfo, a rena.

Capítulo 3 - continuação VII

O brilho da garganta de Matthieu é, certamente, intrigante (OK, é, principalmente, estúpido, mas também um pouco intrigante). Este é a consequência de ter ficado com o pendente de Aine/Anfira entalado na garganta. Parece que o pendente é assim para o mágico e brilha cada vez que ela beija o seu verdadeiro amado (que, acredite-se ou não, é mesmo o poser do Zaen). Assim, nas 10 horas que Anfira e Zaen passaram no autocarro, Matthieu parecia, basicamente, uma árvore de Natal, o que fez com que Madalena se derretesse ainda mais do que já estava.

Juntando à grande qualidade da luminotecnia, há que relembrar a magnífica sonoplastia da situação (respiração à Darth Vader), pelo que Madalena não teve hipótese e ficou completamente KO – de tal maneira que nem foi preciso contabilizar a sua ninfomania.

Ainda no autocarro, nada além duns beijos se passou entre Anfira e Zaen, pois ela era demasiado casta para ir além disso antes do casamento. Vendo pelo lado positivo, o pendente não se iluminou tantas vezes como seria de esperar, deixando Matthieu respirar um pouco na sua “situação” com Madalena.

E as 10 horas também não foram exactamente passadas aos beijos. Ao início sim, mas depois Anfira vislumbrou uma cena muito estranha num canto obscuro do autocarro: um altar com velas rosa fluorescente, sobre um pano verde e amarelo, semelhante à bandeira do Brasil, mas, em vez do Cruzeiro do Sul e da expressão “ordem e progresso”, tinham o logotipo do Burger King. Do lado oposto ao altar, viu ainda um fato de homem das cavernas (moca incluída).

Obviamente, Anfira exigiu explicações. Parecia-lhe estar a meter-se nalguma coisa demasiado obscura para o seu gosto. O altar podia ser em cores berrantes, mas de que havia um propósito obscuro por detrás de tudo aquilo tinha ela a certeza.

sábado, 28 de abril de 2007

Capitulo 3 - Continuação VI

- Isso julgas tu, ó herege vindo dos infernos! Por alguma razão isto está pejado de igrejas!
- Sim, é para a Missa Negra!

Anfira reconheceu uma transeunte. Era Madalena, a sua amiga de infância e vinha de braço dado com o seu observador, o vampiro Matthieu, que tinha os dentes ferrados no seu pescoço.
- Oh meu Deus! Aquilo é nojento! Valha-me Nossa Senhora!
- Dizes isso porque deves ser virgem… Queres experimentar com um satânico? Connosco é sempre melhor.
- Só se te converteres…
- Argh!
- Oh, mas é tão fofo!
E, num ápice, Zaen salta para cima de Anfira e tira-lhe a capa, que coloca no chão. Nesse momento, da estação de metro, sai uma multidão de gente que lha espezinha…
- Deixa estar, vamos para o meu autocarro. Pode estar bloqueado, mas são só as rodas.

Anfira vê Madalena desmaiar nos braços de Matthieu, que pega nela ao colo e a leva dali para fora.
- Outra vez a deixar jovens inconscientes – pensou Anfira. – Este meu observador não tem emenda. Que Deus lhe perdoe.

Zaen pegou em Anfira e levou-a para o autocarro. Quando ia a subir os degraus, escorregou e caiu em cima dela.
Ficaram tão próximos que se beijaram.
A alguma distância dali, Madalena acorda na cripta de Matthieu, devido ao brilho do pescoço dele, e acha aquilo tão sexy que lhe salta logo para cima. Dez horas depois, e após alguns brilhos da garganta de Matthieu e muitas outras coisas que envolvem nudez, gemidos e afins, Madalena estava cá fora.

Capítulo 3 - Continuação V

Anfira e Zaen ficaram durante longos minutos a olhar um para o outro, até que a paralisia cerebral de Anfira passou (após o House lhe ter metido para a veia 20mg de qualquer coisa com nome esquisito).
- Doce Flor? – perguntou ela, desdenhando as duas palavras. – WTF?
Zaen coçou a cabeça com os dedos, enquanto pensava no que tinha dito. Não conseguindo compreender a sua própria expressão, encolheu os ombros e colocou-se numa posição nipónica de combate. Apontou-lhe um dedo:
- Mas tu és a Super Cristã, a minha inimiga! Vem, vamos combater! Está em jogo a religião neste terriola de fim de mundo! E reinará o satanismo!

Capítulo 3 - Continuação IV

Ele não percebeu bem a ideia. Realmente, não há nada para perceber, nota-se que a resposta não faz sentido nenhum. Mas Zaen (assim se chama o tipo) atribuiu o que achou ser lentidão de raciocínio da sua parte ao stress do dia.

Zaen é, na realidade, a reencarnação de Zos, o guarda pessoal de olhos azuis cujo sangue ajudou na decoração do palácio. Zos não tinha andado, simplesmente, a fazer-se à Rainha: parece que era mesmo amor, o que fica demonstrado pelo facto de ambos terem reencarnado como completos opostos, ou seja, se fossem cargas eléctricas, iam atrair-se, mas, mesmo não sendo, houve atracção de qualquer maneira.

Zaen, devido a traumas semelhantes aos dela, mas com efeito inverso (talvez por falta duma dentada de vampiro), era vocalista duma banda do chamado “fofo metal”, assim à moda finlandesa, chamada Defeito Quântico. Salta à vista que formam o par perfeito. OK, talvez não…

Zaen atribuía então a falha no pensamento ao stress daquela manhã, em que o autocarro da sua digressão tinha sido bloqueado pela EMEL na baixa lisboeta (o ticket tinha expirado há muito). Aborrecido e sem nada para fazer até à noite em que apresentava com a sua banda o novo álbum J’ai bu tout ce sang (coincidência ou não, estes tinham uma evidente panca por vampiros e francês, em especial por vampiros franceses), Zaen tinha decidido passear um pouco.

Capitulo 3 - Continuação III

Anfira ia muitas vezes à missa, como uma boa cristã. E, tendo comido a hóstia e bebido o sangue de Cristo, foi até ao confessionário e transformou-se no seu alter-ego super-heróico, a Super Cristã, pronta a combater todos os pagãos infiéis. Quando, no seu disfarce de super-heroína, saiu da igreja, deu de caras com um moço, que tinha uma tatuagem a dizer “Amor de Mãe” no braço.
O rapaz era um bocado estranho e, quando a viu, só foi capaz de dizer:
- Doce Flor!
Anfira, apanhada de surpresa por tal personagem, só teve tempo de dizer:
- Sou 50% gay!

Capítulo 3 - Continuação II

Ao bom estilo da Buffy (até porque isto mete vampiros), Matthieu (o vampiro) voltou a dar uso à caneta amarela e ao aspegic e surgiu novamente junto de Anfira, agora como seu observador e conselheiro, a ver se arranja maneira de lhe pôr outra vez os dentes no pescoço (vampiros… nada a fazer).

Capitulo 3 - Continuação I

Foi neste lindo e bucólico panorama (tirando a parte dos pássaros) que Anfira cresceu, com alguns traumas por, na outra vida, ter sido gótica e mordida por um vampiro… bla bla bla… suicídio. Como tentativa (frustrada, diga-se) de cancelamento do vampirismo e do goticismo, Anfira tinha uma freira como perceptora, tomava todos os dias banho em água benta e tinha, sobre o berço, um móbil feito com cruzes e alhos e coraçõezinhos cor-de-rosa.
Como a irmã da gó-mor era uma outsider, que vivia noutro planeta (portanto, era uma pessoa normal), tentou dar uma educação normal à filha/irmã. Mas foi pior a emenda que o soneto: alguns traumas foram curados, mas em vez de sangue humano começou a beber sangue de Cristo e tornou-se na Super Cristã (uma super heroína e, como tal, bastante viciante).

Capítulo 3 – Pois, parece que renasceu…

Cantavam os passarinhos no dia em que algo de muito especial acontecera. A aurora fora anunciada e o choro da criança reverberou pelo quarto, abrindo algumas rachas nas alvas paredes adornadas com candelabros de cristal, que volta e meia cegavam o pessoal. A mãe da criança, que fora a sua irmã no passado dá-lhe o nome de Anfira. Os passarinhos continuaram a cantar, à medida que a criança crescia, apesar de alguns terem morrido com a gripe das aves.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Capítulo 2.5, que trata de Niel e da sua tara por sangue de barata

Antes de vermos Aine renascer qual fénix sem penas das cinzas, tal como o belo do guarda de olhos azuis, que por acaso se chamava Zos, e de seguirmos a sua bela vida naquele planeta que orbita aquele pentagrama distante e estranho de quatro pontas que mais parece uma cruz, vamos ver o que se passa entretanto com a filha de ambos, Niel de seu nome...

Num sistema solar far far away...

[entre a musiquinha de abertura dos filmes Starwars]

Num planeta verde e azul, com água e plantas e terra e passarinhos (acho que estes não têm gripe das aves, mas por vias das dúvidas o melhor é tomar Tamiflu), eis que surge uma rapariga saltitona no campo de visão, com um vestido esvoaçante de cores garridas e os cabelos soltos ao vento, que ondulavam ao sabor deste. E eis o mar ao longe, e a erva daquele extenso relvado que se perdia no horizonte, juntamente com o onírico azul. E a rapariga saltita, e rodopia e salta e dança, de braços abertos e cabeça erguida para o céu. Oh, mas que imagem tão bela! E eis que a rapariga sai do campo de visão, assim tão de repente como se fosse o Songoku. De seguida ouve-se um baque e um ui guinchado e estridente que fez os sonoros passarinhos levantarem voo das árvores que se encontravam a cerca de um quilómetro do local. Niel, distraída com os seus pensamentos, não se tinha apercebido do enorme buraco no meio da erva, apesar das fitas a vedarem o local e dos imensos sinais sonoros e luminosos. É o que dá andar a saltitar num estaleiro de obras. Há sempre um buraco à espreita! Adiante. Depois de se ter levantando e recuperado do embate com o chão, alguns metros abaixo do belo relvado, começa a sua actividade favorita: procurar baratas. Vá-se lá entender esta rapariga, mas adora perseguir baratas e beber o seu doce (diz ela) sangue. Enfim, manias. A sua tia diz que a culpa é do vampiro que mordera a sua mãe quando estava grávida dela. Ainda tiveram esperança que por alguma arte mágica desconhecida ela nascesse vampira (tipo osmose, ou algo do género), mas tal não aconteceu. No entanto, desde criança que Niel revelara alguns gostos deveras estranhos. O seu morcego de estimação, o Morfeu, é que não pára de lhe dizer para não beber sangue de barata, porque as baratas andam no chão e o chão está sujo e ela pode apanhar alguma doença e depois é um problema, porque o serviço nacional de saúde anda mal naquele planeta e o médico fixe está noutro planeta a curar esquilos e mães chocadas (próximos episódios, ups, capítulos) e não tem tempo para ir descobrir de que doença exótica e alienígena padece a filha da Rainha do Reino dos Sete Pentagramas, Três dos quais Invertidos.

Regressada a casa, nas catacumbas de um centro comercial, que é para estar bem escondida dos tipos e das tipas maus da fita desta história, que vão aparecer não tarda nada, vai tomar um banho e esfregar pomada nas partes doridas da valente queda que deu no estaleiro de obras onde vão construir o novo hotel junto à praia. Aquela ida ao relvado tinha um objectivo. A sua tia havia-lhe dito que chegara o momento de conhecer toda a verdade sobre a sua identidade e sobre o que acontecera aos seus pais. Para isso disse-lhe para seguir um mapa velho e amarelado, que indicava o caminho para um local marcado com um X. O problema é que, por ter vivido tanto tempo na escuridão das catacumbas, sempre que saía para a luz a rapariga entrava em parafuso e só queria era dançar e correr e coisas do género. Fotoparanóia, dizia Morfeu, que era o morcego mais sabedor daquele planeta (tinha óculos e tudo, uns pequenos, feitos à sua medida. Mais um oculista internado num hospital psiquiátrico. E já lá vão quatro, porque o Morfeu volta e meia tem de mudar de lentes). Mas Niel não tinha seguido o mapa, de facto nem o tinha levado. Esquecera-se dele em cima da mesa ao pé da porta de entrada, bem à frente dos seus olhos. Enfim. A verdade vai ter de esperar mais um dia... ou dois... ou três.... bem, tendo em conta que a memória da rapariga é fraca suponhamos que num dado dia n ela se lembra de levar o mapa quando sair de casa, que é como quem diz das catacumbas do centro comercial, para ir apanhar baratas. Mas é um acontecimento estatístico, com um desvio padrão grande, por isso não esperem nem em pé nem sentados. O melhor mesmo é deitados. Bom, não esperem. Quando isso acontecer talvez o universo já não exista. Bom, tenhamos fé que será em breve.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Capítulo 2 - A criança que só serve para justificar o banho de sangue que fica bem no início de qualquer história

Eis que nasce a filha de Aine e do guarda. A tristeza é geral e, desengane-se quem pensou o óbvio, não tem nada a ver com a cena de serem góticos. Como era de esperar, a traição ao marido por parte de Aine foi logo topada e, ainda que o próprio vivesse bem com isso, o pai dela não achou muita graça à situação. Somando ao seu fraco sentido de humor o facto de ter notado que o salão do palácio precisava de um pouco mais de cor, concluiu que não havia nada mais perfeito para melhorar a decoração que umas gotas de sangue de traidor no chão. Com o seu sempre activo sentido prático, notou também que assim até dava uso à espada da família que já andava a ganhar pó da falta de uso. E, como se não fossem já motivos suficientes para dar cabo do rapaz, o pai de Aine ainda tinha um ódio de estimação por tudo quanto fosse guarda real (ódio este comum à maior parte da população masculina do Reino, visto que os guardas pessoais são os únicos homens a quem é permitido viver no planeta da Rainha, habitado exclusivamente por mulheres, devido a uma lei bastante estúpida que é fulcral noutro livro mas que aqui não interessa nada). Há ainda que salientar que, para o pai de Aine, o facto do guarda ter olhos azuis não era desculpa para ter a mania, muito menos para se fazer à Rainha.

Apartes à parte (!), a criança nasceu já órfã de pai e com uma mãe, para além de gótica por natureza, agora ainda mais deprimida com a morte do amor da sua vida e, ainda por cima, mordida por um vampiro. Era impossível uma criança assim vir a ser uma goticazinha normal. Era simplesmente impossível.

Acredite-se ou não, em vez do clássico chorar, Niel – assim se chamava a miúda – riu assim que nasceu. Ceridwen, a Sábia Suprema do R7P3I percebeu imediatamente que aquela ia dar trabalho: dali estava para vir muita tragédia… E, na verdade, a única característica dark que Niel veio a desenvolver foi um certo gosto por sangue de barata. Bom, também houve um dia em que adoptou um morcego a que chamou Morfeu, mas desconfia-se que isso foi só para evitar o internamento que parecia iminente.

Para evitar que Aine levasse a filha consigo quando se lembrasse de se suicidar (momento que parecia cada vez mais próximo), os sábios do Reino disseram-lhe que ela tinha nascido morta. Com todo o desgosto aliado ao facto de ser gótica, Aine suicidou-se, realmente, pouco tempo depois do nascimento de Niel. Como queria uma morte altamente dramática, foi no salão, após convocar todo o pessoal para uma reunião, que pegou na espada do pai (agora com sangue seco em vez de pó) e a espetou no ventre (vulgo barriga).

E foi o caos.

Apesar da decoração ter sido novamente enriquecida com mais gotas de sangue no chão e haver agora também espirros vermelhos nas paredes, houve grande revolta entre os criados encarregues da limpeza, para quem era óbvio que nem limpando com ácido o salão voltaria a ser o mesmo. E havia também o pormenorzinho do problema de sucessão, porque Niel, para além de ser ainda bebé, era mantida em segredo, e porque o Rei se matou a seguir a Aine, numa de solidariedade gótica que nenhum não-poser conseguirá alguma vez entender.

Ninguém sabe o que sucedeu a seguir, mas uma guerra pela sucessão juntamente com uma revolta popular só pode ter resultado nalguma coisa com sangue em grandes quantidades, agravando ainda mais a revolta da secção de limpezas, levando a mais sangue e por aí em diante. Considerando que já temos sangue suficiente para um só capítulo, passemos para outro planeta, num pentagrama distante e estranho, quase parecido com uma estrela de quatro pontas, aproximadamente semelhante a uma cruz, onde Aine resolveu reencarnar.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Capítulo 1 - Do Reino e seus habitantes

O Reino dos Sete Pentagramas (Três dos Quais Invertidos) existia num universo paralelo ao do Reino das Sete Estrelas (que, afinal, é uma espécie de federação intergaláctica governada por gajas; assim uma espécie de Ogame mas fofo), onde, em vez de haver estrelas a brilhar no céu, há pentagramas (alguns dos quais invertidos).

[Nota para astrofísicos: a diferença técnica entre estrelas e pentagramas, para além da forma, é que estes emitem no infrapreto.]

Enfim… reino peculiar.

Este reino é governado por Aine, uma rainha melodramática, que está grávida do guarda-costas, tendo, portanto, encornado o marido, que, por sinal, até nem se importa muito com isso. Como qualquer Rainha do Reino dos Sete Pentagramas (Três dos Quais Invertidos) que se preze, a miúda era toda gótica.

Do outro lado, temos Matthieu, vampiro de profissão, avec la vrai siège du sang, escalabitano de origem e, portanto, 100% abetalhado e forcado nos tempos livres (ou, em português, de maior ressaca). Não se sabe bem como Matthieu foi parar ao tal Reino (também chamado R7P3I para poupar saliva e, sobretudo, tinta), mas consta que mete canetas amarelas e bastante aspegic, donde se conclui que não queremos saber mais nada… Tudo o que se sabe é que o tipo tinha sede e o sangue existente no R7P3I parecia-lhe tão bom como qualquer outro. E depois, beto que é beto só bebe sangue de Rainha.

Resumindo (para quem só chegou agora), temos: Matthieu = vampiro beto com tiques afrancesados; Aine = Rainha gótica com sangue apetitoso.

Aproveitando um momento de distracção da Rainha, Matthieu salta de trás do cortinado e morde-a – no pescoço, obviamente, o tipo é vampiro. O problema é que, com a sede, também lhe “bebeu” o pendente que ela trazia ao pescoço, o que o fez engasgar-se.

Facto de trivial demonstração, Matthieu não morre assim (vampiro e tal…), mas aquilo trouxe-lhe duas consequências: uma ainda não interessa muito, mas mete coisas que brilham, portanto promete; a outra é que, como havemos de verificar, para nosso grande aborrecimento, ficou com uma forma estranha de respirar, que lembrava claramente a respiração do (entre a Marcha Imperial!) Darth Vader.

domingo, 22 de abril de 2007

A história começa agora


E agora, que as apresentações já foram feitas, vamos começar a nossa bela história satírica destes livros. Preparem-se...

Cronicas dos Gravitoes do Broloco (Rebeldes os maganos)

Afonso era um neard chato e que não largava o computador nem por nada (e ainda por cima meio def porque não podia tomar substâncias "estranhas" - o coitado nem um copo de bagaço podia beber, quanto mais fumar uma ganza - faziam-no viajar no tempo de forma não controlada), até ao dia em que entrou no computador errado (NASA), e, sem saber como nem porquê, do fumo do seu computador surgiu um diário, e, depois uma rapariga (gira e tal), vinda directamente de um universo paralelo, onde as regras, a igualdade e o princípio do todo imperam de uma maneira inimaginável para um cidadão do nosso mundo (bla bla bla... who cares?). Ora o que é que um neard informático faz com uma rapariga de um outro universo, que nunca sequer teve a oportunidade de sorrir porque a sua sociedade não o permitia?... Acalmem essas mentes perversas... a resposta é... Ajuda-a a voltar para o seu Universo! (dahh o gajo é neard...:P se ainda fosse o gajo da caneta amarela, agora este gajo que nem uma bjeca bebe... desgraça, é uma vergonha para a raça tuga...). E, no meio disto tudo, os gravitões do broloco (rebeldes) vêm ajudar à festa, e mostram que, no fundo, eles são a estrutura "física" do pensamento do Universo como um todo. Enfim, o Afonso não podia beber nem uma imperial, mas os outros (e sobretudo o escritor)... de certeza que andam a papar os belos dos cogumelos (alucinogénios claro)... ou será Kannabis? Descubram vocês mesmos, aqui mesmo, no Reino 3-7 (ups, isto era o resultado do SLB-SCP)...

(...)

Resumo Resumido sobre as Sombras de Sangue

Madalena nem queria acreditar no que aquele estranho e cativante homem lhe estava a dizer. Dizia-se vampiro, tudo nele transpirava a sua essência masculina inebriante, algo típico dos vampiros, apesar de Madalena achar tudo aquilo que ele dizia muito rebuscado.
Ele era perfeito, demasiado galante e inteligente para alguém deste século.
Madalena não acreditou muito nele a princípio. Mas havia alguma coisa nele que a fazia perder o controlo. Como mulher de ciência e inteligente que era, a desconfiança acompanhou-a até ao dia em que ele a levou para sua casa e lhe mostrou que tudo o que dizia era real, muito real.
O que ela não sabia era que Matthieu procurava alguém como ela há já bastante tempo. Ela era diferente. Havia algo nela que o atraía de um modo que ele achava impossivel de acontecer. Matava para saciar a eterna sede que o atormentava todas as noites. Mas ela... Ela a morte não levaria tão facilmente, ele não lhe daria esse prazer. Aristocrata francês, vampiro há séculos, foi no vinte e um que descobriu aquela que há tanto tempo procurava.

Resumo rápido de Noite sobre Ankaa e A Rainha Renascida

Era uma vez uma rainha chamada Aine. Era uma vez um guarda da rainha chamado Zos. Viviam num planeta chamado Ankaa, onde alguns humanos tinham Poder. Aine e Zos amavam-se, mas a Lei que vigorava naquele Reino das Sete Estrelas, da qual faziam parte, impedia-os de serem felizes juntos. O consorte de Aine era o melhor amigo deles, apoiando o seu romance secreto, enquanto a mãe dele, Tiarina, maquinava um plano para destruir a rainha e se apoderar do trono. Tiarina possuía uma forma de Poder muito forte, o Controlo da Mente, que lhe permitia dominar mentes fracas a seu bel-prazer. Ao descobrir que a rainha esperava um filho do guarda e não do seu filho, Dolan, apoderou-se da mente de Zos e fê-lo crer que amava a sua filha Filia, que se havia apaixonado por ele. A dor dominou o coração de Aine até ao dia do casamento de Zos com Filia. Mesmo estando a ser manipulado, Zos não conseguiu trair Aine na sua noite de núpcias, conseguindo libertar-se do controlo de Tiarina quando esta perdeu os sentidos de tão bêbada que estava nessa noite. Aine ajudou Zos a fugir, mas este acabou por ser capturado e julgado como traidor, morrendo com uma espada cravada no peito. A título de proteger a criança, Ceridwen, a Sábia Suprema do Reino e amiga de Aine, mandou esconder a pequena Niel num lugar seguro e disse a Aine que a sua filha havia nascido morta. A angústia e a dor não foram suportadas por Aine e, fazendo uso da espada do seu amado, matou-se em frente a toda a corte. O seu exemplo foi seguido pelo seu grande amigo e consorte, Dolan. O que nenhum deles sabia é que existia uma profecia com mais de setecentos anos que predissera as suas mortes, tal como os seus renascimentos.
Vinte anos depois, Anfira (Aine renascida), Zaen (Zos renascido) e Darien (Dolan renascido) encontram-se pela primeira vez no aniversário dos gémeos Anfira e Darien. A química entre Anfira e Zaen é indiscutível, assim como a amizade que une os três. Há uma batalha que têm de travar: recuperar a memória e salvar o Reino das Sete Estrelas das garras de Basten, que ambiciona o controlo de toda a Galáxia...