sábado, 28 de abril de 2007

Capítulo 3 - Continuação IV

Ele não percebeu bem a ideia. Realmente, não há nada para perceber, nota-se que a resposta não faz sentido nenhum. Mas Zaen (assim se chama o tipo) atribuiu o que achou ser lentidão de raciocínio da sua parte ao stress do dia.

Zaen é, na realidade, a reencarnação de Zos, o guarda pessoal de olhos azuis cujo sangue ajudou na decoração do palácio. Zos não tinha andado, simplesmente, a fazer-se à Rainha: parece que era mesmo amor, o que fica demonstrado pelo facto de ambos terem reencarnado como completos opostos, ou seja, se fossem cargas eléctricas, iam atrair-se, mas, mesmo não sendo, houve atracção de qualquer maneira.

Zaen, devido a traumas semelhantes aos dela, mas com efeito inverso (talvez por falta duma dentada de vampiro), era vocalista duma banda do chamado “fofo metal”, assim à moda finlandesa, chamada Defeito Quântico. Salta à vista que formam o par perfeito. OK, talvez não…

Zaen atribuía então a falha no pensamento ao stress daquela manhã, em que o autocarro da sua digressão tinha sido bloqueado pela EMEL na baixa lisboeta (o ticket tinha expirado há muito). Aborrecido e sem nada para fazer até à noite em que apresentava com a sua banda o novo álbum J’ai bu tout ce sang (coincidência ou não, estes tinham uma evidente panca por vampiros e francês, em especial por vampiros franceses), Zaen tinha decidido passear um pouco.

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