Pássaros chilreavam enquanto uma alegre criatura saltitava suavemente de nenúfar em nenúfar. Era um elefante, no seu gracioso maillot de bailarina.
À beira do lago, um morcego pendurado numa árvore pintava uma tela roxa com rabiscos negros e azuis-escuros cor de crepúsculo, enquanto a nossa Niel bordava flores em vermelho, para não destoar do ambiente gótico onde estava inserida (elefante à parte…). No horizonte, o pentagrama emitia a sua última radiação infrapreta do dia, enquanto dava lugar a uma lua lilás e prateada, que o substituía na iluminação das restantes 25 horas daquele lugar.
- Morfeu, achas que tomei uma atitude errada ao fazer a poção de amor?
- Eu ainda estou aparvalhado pelo modo como conseguiste fazer uma poção de amor de raiz e que, ainda por cima, funcionou! É dose para quem não tem cérebro quase nenhum.
Niel encolheu os ombros. Rani já lhe tinha ensinado tanta coisa que, finalmente, o cérebro de Niel começara a desenvolver-se lentamente. Ela também achara estranho gostar de Zaen. Lembrava-lhe um complexo qualquer de que Rani lhe tinha falado, qualquer coisa a ver com filhas a gostar dos pais, mas ela não entendia muito bem. A verdade é que começara a ouvir vozes (OK, uma voz, masculina, linda) e se tinha apaixonado loucamente por ela (a voz) e pelo que lhe dizia. Morfeu ainda não dera por nada e ela também não conseguia explicar o que se passava com ela.
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